Quinquilharia

Renegados

Encravada entre a província portuguesa de Trás-os-Montes e a província espanhola de Zamora [Castilla y León], a região da Braganzónia [Braganza+Amazónia] é considerada, como sempre foi pelo Poder [monárquico ou republicano] de Lisboa, uma autêntica Reserva de Índios, reconhecida por qualquer viajante esclarecido como das mais atrasadas da Europa.

Atrasada, abandonada, desprezada, quase renegada e indesejada!

E não poucas vezes espoliada do pouco que já lhe resta para além da genica, do orgulho e da dignidade dos que nela vão sendo ignorados!

Para os Senhores do Poder, a Braganzónia foi sempre um empecilho que apenas dá despesa, poucos impostos e quase nenhuns votos!

Que os interessou apenas enquanto foi preciso recrutar mancebos fortalhudos, habituados à fome e à porrada, para mandar às guerras de África!

A reserva abrange actualmente 106 tribos, agrupadas em 49 zonas de caça dispersas por uma área de 1.173 quilómetros quadrados.

Eram 34.752 os índios que ocupavam esta vasta área em 2001 [trinta por quilómetro quadrado].

Algumas dessas tribos, as da metade Norte da reserva, desde a fronteira espanhola até aos velhos trilhos que ligam Braganza [a tribo maior] à zona Leste de Vinhais [reserva irmã da Braganzónia] e à zona Oeste de Alcañices [reserva espanhola pouco menos desprezada por Madrid], foram há uns anos atrás, sem para tal serem ouvidas e contra-vontade, integradas no Parque Natural de Montesinho.

Transformando-lhes o quotidiano num verdadeiro inferno porque, entre outras coisas, lhes não é sequer permitido cortar livremente a lenha de que são donos para manter o fogo que lhes aquece o corpo durante o Inverno. Que na Braganzónia é rigoroso, faz doer as unhas e gelar os rios!

Agora, cada índio tem que [muito respeitosamente] solicitar aos Senhores do Parque o especial favor de uma autorização para cortar meia dúzia de paus que mal chegam para os gatos tirarem o frio do lombo!

Melhor fora que o tal Poder os abandonasse de vez à sua sorte para livremente poderem decidir o futuro!

Mariquices

Lembranças

29 novembro, 2007

La Scornadela

Aqui fica, como leitura recomendada para o fim-de-semana que se aproxima, a terceira e última parte do conto de Alfredo Cameirão que tive o prazer de vos dar a conhecer.

Hoje, só para maiores de 18 anos. Já verão porquê!...




"I anton, ah rapazes!, cun l causo de la baca abocada a parir ye que fui un anchiente de risa. Quando las bacas stan abocadas a parir hai que drumir cerca deilhas nun seia pori l causo de haber que le botar ua mano nun benindo l bitelo dreito.

Daqueilha beç, cumo tiu Peleiras i tie Rita nun se antendírun a ber quien habie de quedar ne l caliente de l xaragon, fúrun ls dous a drumir a la corte. Bacas dun lhado, canhiça al meio i la pareilha de l outro, tiu Peleiras de l lhado de la parede, tie Rita ancostada a la canhiça.

Cumbinada cun l amigo de anton, eilha ancostaba l forno yá caliente a la canhiça, l amigo benie pula calhada, i ranhaba l forno anté l poner roijo, cun l ranhadeiro que nun deixaba de ser taludo, yá bistes?!, pa arrepassar la canhiça, Dius mos lhibre de le deber pan a un home desses i que mos benisse a pedir cuontas cun l stameiro purparado pa rasar l alqueire.

Aquilho an la corte fui un regabofe, nuites seguidas, que la baca nun tenie priessa de acrecentar la buiada de l Peleiras. I tanto regabofe fui, que dua beç tiu Peleiras spertou cun ls baláncios i cun ls gemidos de la tie.

— El quei te passa que peç que bufas muito!?

— Ye la Castanha, que mete ls narizes pula canhiça i me lhambe l culo. Fai-me uas cuçquinhas!... Inda nun me deixou çfechar uolho...

— Passa parqui que drumo you desse lhado.

L amigo, que habie scapado cun l albroto, tornou quando las cousas assossegórun, de stadulho alhebantado, nien tubo tiempo de arreparar de quien yera l culo que lhuzie ne l scuro — un home nestas priessas nun se puode poner a tantear — i bai, i dou-le ua stadulhada de alto a baixo.

Tiu Peleiras, spertado cun l sbarrulho de l portielho de la honra i inda ambudado cun ls bapores de l pote adonde cozie la carpanta, zbirou-se, pregou-le ua punhada al que se le figurou cumo ls narizes de la Castanha, i dixo-le an boç de mando:

— Fasta, alma de l diabo! Anton a eilha lhambes-le l culo i a mi scornas-me!?..."


Excerto III do Conto "La Scornadela", por Alfredo Cameirão

27 novembro, 2007

Mentirosos!

"O índice de desenvolvimento humano de Portugal desceu entre 2000 e 2005, o que acontece pela primeira vez nos intervalos quinquenais desde 1975. Portugal foi mesmo o único país da União Europeia e do conjunto da Europa onde esta tendência se registou nesse período, de acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2007-2008, divulgado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento [PNUD].

Entre os 13 países que acompanharam Portugal nesta tendência estão sobretudo Estados africanos, como a África do Sul, o Zimbabwe e outros da região, ou ainda o Gana, o Quénia, o Togo e o Chade. Mas há também países como o Belize e a Papua-Nova Guiné.

O índice de desenvolvimento humano é calculado para cada país com base num conjunto de indicadores estatísticos nacionais, como a esperança de vida à nascença, os níveis de instrução e o rendimento por habitante."


in ' Público '



Isto é uma grande mentira! E é uma grande mentira, porque estes tipos do PNUD são uns grandes mentirosos, que só dizem mentiras! Que querem vir agora manchar com esta mentira descarada a imagem do Governo do PS com estes... números, que toda a gente vê que não passam de uma enorme mentira!

Portugal, com este Governo, é um país ao nível dos mais ricos e desenvolvidos da Europa! Não é um país como esses... Africanos, a quem nos querem comparar, onde vinte por cento do povo vive abaixo do limiar de pobreza! Onde os funcionários públicos são tratados como escumalha! Onde os reformados mal ganham para pagar as contas da Farmácia! Onde as listas de espera nos Hospitais aumentam sem parar! Onde as mulheres grávidas têm de parir os filhos em carros de Bombeiros! Onde os trabalhadores são obrigados a emigrar à procura de emprego no país dos outros! Onde a maioria dos estudantes quase não sabe escrever nem fazer uma conta a direito! Onde os professores são tratados abaixo de cão! Onde a Justiça serve os ricos e oprime os pobres! Onde a classe política se vende ao desbarato!

Mentirosos! Mentirosos! Mentirosos!


26 novembro, 2007

Estreia

"O novo presidente da Estradas de Portugal terá hoje o seu primeiro acto público, numa deslocação a Bragança para o lançamento do concurso público para a concepção, construção e exploração da Auto-estrada Transmontana."

Sábado, 24/Nov, in ' Correio da Manhã '



Pois começou mal!... Que assim iremos perder um dos factores de maior atracção turística cá da Reserva, que era o de ser, com orgulho, a única região 'highway free' deste país! No futuro, o turista de pé-descalço da Europa passará por aqui a todo o gás a caminho dos Allgarves sem sequer olhar para o lado...

A nossa esperança é que aconteça o mesmo que com a IP4, iniciada há vinte e seis anos e ainda hoje não concluída!


23 novembro, 2007

Las Andulgenças

Tal como prometido, aí está a segunda parte do conto 'La Scornadela', que já não se recomenda a menores de 12 anos. Assim se fica a perceber melhor a parte final do excerto anterior, e se começa a 'magicar' sobre o que se irá passar no seguinte. O tal para maiores de 18 anos...



"La mai de tie Rita, yá belhica mas inda a rabejar por aqueilhes puiales, botaba-le andulgenças a la filha:

— La mie Rita tubo buona criaçon! An casa siempre le dórun carolo cun ua mano i lhambaço cun la outra. Las manhas que acauso tenga, nun las mamou cun l clostro!... Bós bien falais!, tubo aqueilha mala suorte an la bida de se haber casado cun un cuorno!

I Tortulhas rie-se inda más i nun le botaba fé al causo. Quien tamien nun le parecie botar muita fé yera tiu Peleiras. Digo-lo you que beio de fuora, quien sabe alhá se las peleiras de la nomeada nun serien pra amolhecer ls ferrones de ls galhos que la sue tie le crababa an la tiesta? Ou para ambaciar ls uolhos, que nun le deixássen ber las risicas de caçoada de ls bezinos?

Buono, l cierto ye que la galhada nun le strobaba para antrar an la portalada, que yera alta, nien nunca habie ancuntrado l campo acupado ne l catre, de maneira que anté botaba uas farroncas an la taberna, quando l puxában, yá cun ls oulhicos pequeinhos i la lhéngua antaramelhada.

— Para palheiro nun sirbe, que se amofece la palha; para guardar ls çtones tamien nó, que stá de boca abaixo... deixai-la dar nel, nun le deia pori la polhielha, muorra gato, muorra farto, más bal que sobre do que faga falta!...

Más ua risada de Tortulhas, más ua rodada de quarteirones, boldres chenos, brasa, brasa, cad’un para sue casa, que la sue Rita tamien yá starie çpachada..."


Excerto II do Conto "La Scornadela", por Alfredo Cameirão

21 novembro, 2007

Há Petróleo na Reserva!



A propósito das últimas notícias relativas aos acordos entre Portugal e a Venezuela na área do maldito petróleo, lembrei-me de algo ocorrido há uns bons anos atrás, aqui, na Braganzónia.

Estava-se aí pelo ano de 1968, e lembro-me que era já Inverno porque as aulas no Liceu iam já adiantadas. Teria eu uns treze ou catorze anos. Foi notícia nos jornais regionais e nacionais, disso lembro-me bem, e perspectivava-se então a Braganzónia como uma das regiões mais ricas do mundo. Exactamente assim, sem mais considerandos, e sem qualquer pretensão amalucada, como hoje todos os dias se vê, de figurar no 'Guiness Book of Records', assim chamado na altura, mas de que praticamente ninguém havia ainda ouvido falar.

Um belo dia, ao chegar ao Liceu, a notícia trazia toda a gente em alvoroço, e nas aulas não se falava de outra coisa. Tinham descoberto petróleo na cidade! Sim, na mesmíssima cidade de Bragança! Mesmo no centro da urbe, e não em Lisboa, onde tudo sempre tinha e continua a ter, invariavelmente, de acontecer, ou num qualquer campo dos arrabaldes! E a descoberta dominava as conversas de rua em tudo quanto era sítio! Estudantes, Engenheiros, Doutores, o Povo, tudo falava do assunto com justificado entusiasmo!

O repugnante e mal-cheiroso fluído brotava sem parar, ao que se dizia, na cave de um prédio da Rua Abílio Beça, também conhecida por Rua de Trás, onde habitava e geria o seu negócio [taberna] um velho amigo de meu pai, já falecido. O sr. Manuel João. Homem que sempre tive por muito sério e honesto.

[Ao contrário de um dos seus filhos, o Leonel, bom rapaz, da minha idade e criação, que sendo grumete na Marinha nos anos 70, um dia aportados no sul de Espanha, teve a extraordinária habilidade de vender a fragata em que prestava serviço a um sucateiro espanhol. Isto foi verdade, e o Leonel, assim se chama ainda, felizmente, descoberto que foi o logro quando o espanhol subiu ao navio para tomar conta da aquisição feita, fez já a viagem de regresso a Lisboa comodamente 'instalado' nos calabouços da embarcação.
'Te gusta el barco? Si quieres, te lo puedo vender'! Assim, e com o adiantamento de alguns milhares de pesetas, começou, como ele próprio me confirmou anos mais tarde, este incrível 'negócio', quando o Leonel, ao desembarcar, viu no cais um espanhol, sucateiro de profissão, a olhar embasbacado para o navio.]

Ao que interessa! Nos dias seguintes à descoberta, várias análises foram mandadas fazer na Faculdade de Ciências do Porto, no próprio Liceu de Bragança, e tudo apontava para que 'aquilo' fosse mesmo petróleo. E do 'bom', segundo alguns 'especialistas' de ocasião!

Esta euforia durou vários meses, e chegou mesmo a ser exibido poucos dias depois, na montra do café do sr. Machado, na Praça da Sé, uma enorme aguarela ilustrando aquilo em que brevemente seria transformada a pachorrenta cidade. Na legenda, de que me não esqueci mais, podia ler-se: 'Antevisão do Futuro Complexo Petrolífero de Bragança'!

Nesse desenho, cuja existência actual desconheço, pois o seu autor, o Arquitecto Telmo Ferreira, faleceu há já vários anos atrás, podia ver-se como a cidade, com a 'milagrosa' excepção do Castelo, iria ser completamente arrasada para dar lugar a um enorme campo petrolífero com dezenas e dezenas de torres para extracção do tal petróleo, bem como a nova urbe, a localizar nas proximidades, moderna até mais não poder, onde todo o Povo passaria a viver que nem Nababos, pois se previa não haver casa ou quintal onde este não fosse encontrado em abundância...

Mais a sério, a explicação técnica para o fenómeno, dada por técnicos que por aqui andaram na altura, foi a de que o tal fluído [que corria efectivamente na cave daquela casa e era drenado para o colector de esgotos] seria resultante da desactivação do depósito de um posto de combustíveis situado a cerca de 500 metros mais acima, nas proximidades do Cemitério da cidade. A explicação foi aceite, o episódio acabou por cair no esquecimento, e hoje já poucos se lembram do 'petróleo do Manuel João'.

Mas sempre me ficou no ouvido uma conversa que eu própria tive com ele há meia dúzia de anos atrás, no decurso de um jantar, uns meses antes do seu falecimento. Já não lembro a que propósito, alguém falou neste episódio do petróleo e se teria sido ou não verdade. A sua resposta, no tom sério que sempre lhe conheci, foi a de que, vários anos passados sobre o levantamento do tal depósito de combustíveis, explicação oficial para o ocorrido, 'aquilo' nunca havia deixado de correr na cave da casa, que entretanto vendera. Que os seus motores de rega [tinha uma quinta nas proximidades] sempre haviam trabalhado com 'aquilo', e que 'aquilo' continuava lá, a ser despejado para o esgoto...

Pessoalmente nunca lá fui para ver correr o tal petróleo. Mas tenho para mim que o sr. Manuel João era um homem sério, honesto, e pouco dado a brincar com coisas sérias...


18 novembro, 2007

La Tempra de la Raça

"Tiu Peleiras i tie Rita staban casados habie ua porrada d’anhos. Dues ou trés lhaticas, un cerradico, la juntica de bacas, l lhariego, las pitas, l chabolico, las arrecadas de tie Rita i la tropa fandanga de siete filhos yeran la fazienda anteira de l casal.

Bida de remediados, oulhando para baixo inda bien muita giente, iba habendo batatas ne l pote i carolo ne l caxon, houbira salude i cozira l forno, ls garotos nun quedában por criar.

Que, a bien dezir, eilhes criában-se an la rue, çcalços de berano i de ambierno, a scatrapulhar pul barro i pul puolo, nun habie sarampo nien sarampelo que les disse ne l pelo.

— Yá bai melhor l garoto, ah Rita?

— Bó! Ten bun peligro... onte a delarear cun l febre, hoije yá le zgraçou ls cacos de las malbas a la bezina!... se fura l lhariego, habiesse morrido!, l garoto yá stá buono, yá anda spolhinado por ende, pintórun-le las sopas de cabalo cansado que le fiç onte a la nuite!

I Tortulhas ancolhie ls ombros i çfarçaba la risa que le daba la tempra de la raça! I inda çfarçaba más subre la raça de ls filhos de la Rita Peleiras, mormente la speçe que le fazie ls pitos de la niada nun se aparcéren uns als outros, todos zanquietos, mas anton!, uns pelo negro i scorrido, outros ruço i grifo, uns gordos i ancalcados, outros fracos i çcanzinados, cousas que Tortulhas nun acababa bien de angulhir sien un abanar de cabeça pa ls lhados, mas cumo santa Bárbela nun mandasse termienta más mala, cun essa zgrácia bien l pobo se amanhaba..."


Excerto I do Conto "La Scornadela", por Alfredo Cameirão



Este é a primeira das três partes em que me deu para dividir o conto de Alfredo Cameirão, 'La Sacornadela', pois se reproduzido na íntegra, porque se trata de, sem pressas, ler e entender a língua Mirandesa, poderia de certa forma desmotivar quantos por aqui passam.

Resulta também que as três partes, já que a história se vai revelando cada vez mais picante, justificam plenamente ser separadas e classificadas para maiores de 6, 12 e 18 anos. Tal e qual os filmes de outros tempos.

Para maiores de 6 anos, aqui fica então o primeiro excerto do conto...


17 novembro, 2007

Irmãos de Sangue [IV]



A guerra constante que trava com os 'papéis', qual Quijote enfrentando os seus moinhos, faz dela uma lutadora. Ou não tivesse ela passado pelas carteiras da escola aqui na Reserva. Nunca nos conhecemos pessoalmente, ao que ambas supomos, mas descobrimos haver frequentado ao mesmo tempo o primeiro ano do antigo Liceu de Bragança. Corria o ano de 1964.

A inspiração para a escrita e para a poesia, não sei se terá sido bebida aqui. Talvez sim. Ou talvez mais a Sul, para onde pouco depois acabou por migrar, qual avezinha fugindo do frio desta terra rude e hostil. Viemos a cruzar-nos agora, aqui, neste fantástico mundo que são os 'blogs', de forma perfeitamente casual. Eu, como 'Porca da Vila'. Ela, como 'Renda de Bilros', do 'Que Conversa', pois é dela que hoje escrevo. E de há meses que se mantém esta estranha amizade virtual, entre duas pessoas cujas vidas se cruzaram noutro tempo, se cruzam agora de novo, mas que nunca se conheceram na realidade.

E porque a amizade, real ou virtual, deve sempre ser estimada, porque hoje está um belo dia de Outono, repleto de sol e sem um sopro de vento que faça cair das árvores as folhas amarelecidas pelo tempo, e porque as Tribos assim o decidiram, quero aqui deixar esta homenagem simples a uma boa amiga. Que de ora em diante, tendo-o já sido de facto, passa também a ser 'Cidadã Honorária da Braganzónia'.

Para a 'Renda de Bilros', hoje, um Xi Muito Especial

[Link para a Placa]


14 novembro, 2007

Buracos

"Tornar o barulho da estrada numa doce melodia foi o objectivo de alguns investigadores japoneses, depois de descobrirem que as ranhuras do pavimento das estradas ressoavam dentro dos carros como notas musicais, como escreve o 'Telegraph' na sua edição de hoje.

Depois de medirem a distância entre as ranhuras e a sua profundidade, um grupo do Hokkaido Insutrial Research Institute foi capaz de transmitir o som através das rodas do veículo para dentro do mesmo."


in ' Público '



Pois nós, por cá, estamos bem mais avançados! Para além de não ser necessário perder tempo a fazer buracos nas estradas, porque estes aparecem naturalmente da noite para o dia, fruto da irrepreensível fiscalização habitual nas obras do Estado, o próprio Governo se encarrega de nos dar 'música' todos os dias... Da Saúde à Educação, da Justiça às Contas Públicas, é uma sinfonia pegada!...

13 novembro, 2007

Caprichos



Desculpar-me-ão todos os que estranharam a minha ausência nos últimos dias, mas motivos de força maior levaram-me lá para os lados da Tailândia, onde tudo tem o seu tempo e nem sempre as coisas acontecem à velocidade a que por cá estamos habituados.

E onde é muito fácil, como em todas as grandes cidades deste mundo cada vez mais doido em que vivemos, perder o avião por não conseguirmos chegar atempadamente ao aeroporto. Precisamente o que me aconteceu por causa de uma inesperada greve dos taxistas lá do sítio. O que me obrigou, no dia seguinte, a recorrer aos serviços de um amabilíssimo fura-greves, que de greves, pelo que me contou, nunca tinha sequer ouvido falar.

Como lembrança, aqui fica a fotografia do... digamos... simpático veículo em que me fiz transportar. Lento sim, que tive de sair para o aeroporto com quase meio dia de antecedência, mas incrivelmente espaçoso, fiável, seguro quanto baste, pouco ou nada poluente, dependendo dos naturais caprichos do 'motor', e perfeitamente imune às contrariedades relatadas...


05 novembro, 2007

Gaitas

"A gaita-de-foles, um peculiar e arcaico instrumento, está em destaque desde ontem e até domingo, no Primeiro Congresso Internacional da Gaita-de-Foles Mirandesa, a decorrer em Miranda do Douro e Vimioso.

Muito pouco se sabe sobre a origem da palavra 'gaita'. No entanto, pensa-se que deriva da palavra germânica 'Gaits' [cabra], animal cuja pele serve para fazer o fole do instrumento. Quanto à zona, pensa-se que terá surgido na Mesopotâmia, onde havia muita matéria-prima e onde o instrumento proliferou na civilização egípcia. A difusão terá sido feita pelo Império Romano, que a terá utilizado em marchas e momentos de lazer.

A gaita-de-foles de Trás-os-Montes, também conhecida como Transmontana ou Mirandesa, é uma construção artesanal semelhante às de Sanabria, Aliste ou Zamora, zonas fronteiriças de Espanha. Ainda assim, desenvolveu características muito próprias, como um ponteiro de furação larga, com digitação aberta, preso no pescoço de um fole de cabra, assim como um ronco de grandes dimensões, preso na pata direita e um assoprete, preso na pata esquerda. A sua tonalidade pode oscilar entre Si, Si bemol e Lá, dependendo dos artesãos, com uma escala próxima da flauta pastoril, o que a torna mais grave."


in ' Público '



A propósito deste evento e da gaita mirandesa, que como as restantes gaitas-de-foles da Península é normalmente associada à cultura Celta, lembrei-me de algo bem curioso que tinha lido há algum tempo atrás, relacionado com a origem, não da gaita-de-foles, mas dos próprios Celtas.

Publicava então o 'Independent':


"A team from Oxford University has discovered that the Celts, Britain's indigenous people, are descended from a tribe of Iberian fishermen who crossed the Bay of Biscay 6,000 years ago. DNA analysis reveals they have an almost identical genetic 'fingerprint' to the inhabitants of coastal regions of Spain, whose own ancestors migrated north between 4.000 and 5.000BC."



Daqui se conclui serem afinal os Celtas, que posteriormente se juntaram aos Iberos para dar origem aos Celtiberos, descendentes de 'emigrantes' Iberos, mais tarde regressados às origens depois de terem 'colonizado' geneticamente as ilhas britânicas durante alguns milhares de anos!...

E serem, por tal facto, os ingleses descendentes de nós!... E não serem afinal as 'highland pipe' e as 'small pipe' de tão reais paragens, mais do que um sucedâneo da nossa gaita mirandesa!...


29 outubro, 2007

La Santença

"Zancostou l pote de las batatas de l strafogueiro i arrumou-lo pa trás. Yá cacho que stában a ferber i quando l sou Zé benisse de aquemodar la cria, yera solo botar-le dues arenas de sal als cibos de chicha que quedában ne l puial i poné-los an riba de las greilhas. 

Eilha habie-se cuntentado cun dues cachas de batata, un manhucico de berças i dous carolos de pan, anda que apuis, an casa de cumadre Purficaçon, nun deixában de oufercer uns rosquicos i ua pinguica, pul meio de la nuite. Ya habie ancerrado las pitas i arrecolhido ls uobos, cada beç menos, que bruxa haberie bido las pitas que ls uobos semían-se cumo auga nun cesto?!

Nun podie sperar más! Calçou ls çapatos i bestiu l xambre de la missa, amanhou l pelo por ambaixo de l lhenço, dou-le ua acubilhadela al burralho, apagou la candeia i ancostou l belador a la parede, amouchou-se ne l xal i saliu. Staba a smerujar i scuro cumo l culo de un lhobo!

Balha-mos Dius, cuitadica de cumadre Purficaçon! Inda trasdonte tan contenta ne l poço de lhabar, a cuntar las Áfricas que l sou Arnesto fazie alhá por Lisboua, i hoije a belar l’home! Diç que se tenie ficado cumo un paixarico, apuis de l jantar, ancostado ne l scanho, quando ancordórun cun la nobidade, fui cumo un barreno que atrelundou l pobo anteiro.

A la puorta de l muorto, sperou que acabássen de dezir l terço anbaixo de l barandin, i solo apuis ye que antrou. L cheiro de las belas ampestaba la preça de casa, misturado cun l fedor de l sudor i l zun-zun de todos ls que se abuntonában eilhi. Beneziu l muorto cun l’auga benta, çfilou dous Padre Nuossos i ancarou cun tie Purficaçon, zbiada par’un canto, ambiocada ne l xal, nun donairo que parecie çfigurada.

— Bah, mulhier, nun adelantra chorar! Fui la buntade de Dius!
— Pus si! Mas l miu Artúrio, tan noubo i tan baliente! Habie sido melhor que fura you, que nun sirbo pra nada, que quedei you acá a fazer!?

A tie Outília figurou-se-le que nun serie cun l stribar-se an Dius que iba a animar la sue cumadre, i fui anton que se le rebelou ua santença que, de tan tremenda, inda hoije muitos la repetimos an Tortulhas, siempre que las cousas mos ándan al para trás i nun mos sálen bien citres:

— Bah, cumadre, coraije! Teneis que bos animar! Bós nun bedes? Isto todo son zgrácias: a bós, murriu-se-bos l’home, i a mi, anda-me ua pitica a poner fuora de casa!"


Excertos do Conto "Todo Son Zgrácias", por Alfredo Cameirão



Pois!... Tem razão a tia Outília!...

27 outubro, 2007

Irmãos de Sangue [III]



No estranho e imenso mundo dos blogues, encontramos por vezes, não muitas, pessoas extraordinárias que aos poucos vamos conhecendo, com quem 'conversamos', trocamos ideias e debatemos questões. Com quem fazemos amizade como se de facto nos conhecêssemos. Pouco importando os nomes, reais ou fictícios, que cada um adopta livremente. E que nos fazem sentir que vale a pena perder horas a fio neste fantástico mundo virtual com prejuízo, quantas vezes, dos nossos afazeres.

Serve isto para apresentar uma das pessoas mais queridas que por aqui encontrei. E que acabo por constatar ser, incrível coincidência, tão Transmontana como eu. Não propriamente da Reserva como eu a entendo, decalcada dos limites do Parque de Montesinho, mas de perto. Muito perto. Tão perto como eu estou dessa Europa a sério que começa em Espanha.

Porque na minha vida sempre estimei a amizade, e porque hoje, dia frio mas cheio de sol, me pareceu ser um óptimo dia para tal, aqui deixo esta homenagem simples à minha querida 'MPS', do 'Urzeira' e do 'Brègancês', cuja amizade muito me tem honrado. Homenagem representada, pois claro, pela sua nomeação como 'Cidadã Honorária da Braganzónia'. Ouvidas que foram as tribos, como não podia deixar de ser!

Hoje, para a 'MPS', um Xi Muito Grande

[Link para a Placa]


25 outubro, 2007

Mamadeira

"A despesa pública com as subvenções vitalícias dos titulares de cargos políticos irá ultrapassar os 7,6 milhões de euros em 2007. Com o número de beneficiários a rondar as 382 pessoas, a verba afectada para o próximo ano, como prevê a proposta do Orçamento do Estado para 2007, representa um aumento de 6,4 por cento face aos cerca de 7,2 milhões de euros orçamentados para este ano.

Em média, cada beneficiário recebe por ano 20 mil euros, o que dá uma pensão mensal média de 1666 euros durante 12 meses."


[A Lei n.º 4/85, de 9 de Abril, especifica o universo de beneficiários com direito a subvenção vitalícia: 'Os membros do Governo, os deputados à Assembleia da República e os juízes do Tribunal Constitucional que não sejam magistrados de carreira têm direito a uma subvenção mensal vitalícia desde que tenham exercido os cargos ou desempenhado as respectivas funções após 25 de Abril de 1974 durante oito ou mais anos, consecutivos ou interpolados'. Posteriormente, o período temporal foi alargado para 12 anos.]




A cambada que adquire o direito de ficar para sempre a 'mamar' na teta do Estado ao fim de doze anos de 'trabalho', é a mesma que obriga os seus funcionários a trabalhar até aos 65 anos de idade para lhes dar uma reforma de merda!... Porreiro, pá!

23 outubro, 2007

Dez por Um

"O reforço das capacidades das Forças Armadas é uma 'clara prioridade' do Governo e 'há dinheiro' para concretizar todos os investimentos previstos na Lei de Programação Militar [LPM], garantiu ontem, em Leiria, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Severiano Teixeira, defendendo que 'sem umas Forças Armadas fortes e modernas não teremos um Estado forte e moderno'.

O efectivo total do Exército é constituído por 20 129 militares, sendo 11 801 praças, 5154 sargentos e 3174 oficiais. O 'objectivo estrutural' do Estado Maior é chegar aos 24 500 militares, 14 500 dos quais praças."





Esta notícia deixou-me cá a pensar se não seriam oficiais e sargentos a mais para tão poucos soldados, pois correspondem a mais de 40 por cento do total de efectivos. Ou seja, contas redondas, um sargento por cada 2 soldados e dois oficiais por cada três sargentos!

Lembrando-me das Legiões Romanas e da enorme eficácia que tiveram no seu tempo, coisa que por cá ainda está por provar, deu-me para fazer umas contas e ver qual seria o número de sargentos e oficiais necessários ao Exército de Portugal, comparativamente com as Legiões de Roma.

Onde cada 'Legião' [comandada por um 'general' ou um 'cônsul'] era habitualmente composta por 8 'coortes' [comandadas pelos 'tribunos'], sendo que cada 'coorte' era formada por 8 'centúrias' [comandadas pelos 'centuriões'] compostas por 80 legionários cada uma. Estes eram agrupados em 8 'decúrias' de dez legionários, chefiadas pelos respectivos 'decuriões'. Uma espécie de cabos, que para o efeito serão equiparados aos actuais sargentos.

Feitas as contas, cada legião romana teria então um total de 5.705 efectivos, sendo 5.120 legionários, 512 decuriões e 73 oficiais, entre centuriões [64], tribunos [8] e generais [1]. Digamos que o nosso Exército corresponderia agora a três legiões e meia da antiga Roma.

Feita a devida proporção, fácil é apurar que aos nossos 11.801 soldados deveriam estar associados 1.180 sargentos e 168 oficiais. Mais fácil é ainda concluir que o Exército português terá presentemente a mais nas sua fileiras, 3.974 [5.154-1.180] sargentos e 3.006 [3.174-168] oficiais! O que não é, porque representam mais de 80 por cento [6.980/8.328] do conjunto de oficiais e sargentos, convenhamos, coisa pouca!

Por este andar, e com a modernização anunciada, ainda vamos acabar com 10 generais por cada soldado...


19 outubro, 2007

Irmãos de Sangue [II]



Hoje, porque hoje é véspera de fim-de-semana, porque hoje o dia está lindíssimo e não merece ser estragado, estou sem disposição nenhuma para 'desancar' em ninguém. Nem mesmo no Zé Sócrates ou na Marilú. Eles que esperem...

Quero antes tornar esta sexta-feira ainda mais bonita, lembrando e reconhecendo uma amiga que de há meses para cá nos vem honrando com a sua presença. Alegre, sempre bem disposta e extremamente comunicativa, a nossa querida 'Meg', do 'Recalcitrante' que me habituei também a visitar diariamente, tem sido de facto uma boa amiga da Braganzónia.

Por isso hoje, neste dia lindo [como acho que já disse], passa a 'Meg' a ser, com inteiro merecimento, irmã de sangue da indiarada da Reserva e desde logo, nomeada que foi pelas tribos, 'Cidadã Honorária da Braganzónia'.

Para ela, um Xi Muito Grande

[Link para a Placa]


17 outubro, 2007

Mais Ricos

"Cavaco quer Portugal entre os mais ricos. O Presidente da República, Cavaco Silva, vê o próximo quadro comunitário de apoio como uma 'grande oportunidade' para o Governo e os agentes políticos se empenharem no objectivo de fazer Portugal aproximar-se do desenvolvimento atingido pelos 15 países mais ricos da Europa em 2013."




O sr. Presidente só pode estar a brincar! No tempo em que foi primeiro-ministro, teve à sua disposição tanto ou mais dinheiro dos fundos comunitários do que agora para objectivos idênticos. O resultado foi o que se viu...

15 outubro, 2007

Banho da Cobra

Não há engano, já que não é de 'banha da cobra' que se trata, mas do insólito banho desta cobra enorme, de fazer fugir qualquer cristão. Dado com evidente dedicação por este valente pequerrucho. Ou pequerrucha, quem sabe!


A cena passa-se na Tailândia, e mais do que a bizarra desproporção entre os tamanhos do animal e da 'banheira', chama especial atenção o ar de consolo e satisfação do bicharoco e o ar compenetrado do pequeno tratador, que põe na tarefa todo o cuidado e carinho!

Como foi possível chegar a uma relação como esta, tão próxima, tão íntima, entre um animal desta natureza e um ser humano tão frágil ainda! Admirável!


13 outubro, 2007

Irmãos de Sangue [I]



Há pouco tempo atrás, a propósito do primeiro ano [Anno I] da Bula 'Imacculata Porcina', com que Benedito XVI acabou por reconhecer este território, dei por mim a propor às tribos da Reserva a atribuição do título de 'Cidadão Honorário da Braganzónia' ao meu querido amigo 'Jorge G.', do 'Sino da Aldeia' e do 'Bigodes do Gato'. A quem dei, na altura, notícia desta intenção.

Porque as tribos decidiram, porque o Jorge demonstrou já sobejamente ser um bom amigo da 'Braganzónia', e porque a amizade merece ser estimada e reconhecida, aqui deixo a notícia da sua nomeação. Passa assim a ser como um irmão de sangue da indiarada residente. Com os mesmos direitos de cidadania dos que por aqui vivem na Reserva. Seja lá isso o que for...

Foi o primeiro, pois foi também dos primeiros a deixar traços da sua passagem aqui no 'Braganzónia'. Outros e outras, amigos e amigas que por aqui vão passando, se seguirão.

Hoje, para o Jorge, um Xi Muito Grande

[Link para a Placa]


11 outubro, 2007

Estudos...

"Em Espanha, as crianças vão passar a ter consultas dentárias gratuitas, no âmbito de um programa negociado pelo governo central e comunidades autónomas. Foi ainda aprovada a vacina gratuita contra o colo do útero.

O programa negociado entre o governo e as comunidades autónomas prevê que, até 2012, todas as crianças até aos 15 anos tenham acesso gratuito ao dentista."


in ' TSF Online '

"O Governo espanhol prepara-se para comparticipar na íntegra a vacina contra o colo do útero e ainda garantir consultas dentárias gratuitas a todas as crianças.

Por cá, o ministro da Saúde, Correia de Campos, está a estudar a comparticipação desta vacina, mas qualquer medida só será anunciada depois de conhecido o Orçamento de Estado. A partir de segunda-feira, Portugal disponibilizará no mercado uma nova vacina contra o vírus do papiloma humano. No entanto, o seu custo ultrapassa os 400 euros."





Espanha anda [sempre] para a frente. Portugal, não sai da cepa torta!...

Em vez de decisões, não se passa de estudos e mais estudos que raramente chegam ao fim!...


10 outubro, 2007

Amordaçados

"A RTP vai avaliar todas as declarações que José Rodrigues dos Santos fez nos últimos dias sobre as alegadas interferências da administração em questões editoriais da estação. No limite, o actual pivô e anterior director de informação da TV pública arrisca um processo disciplinar que, a confirmar-se, elevaria para 12 o número de processos desta natureza instaurados pelo conselho de administração [CA] da RTP só este ano — um número recorde face à média de três a quatro processos anuais e que é também o mais elevado dos últimos 15 anos."

in ' Público '

"A administração da RTP anunciou hoje que vai 'iniciar procedimentos legais' contra o jornalista José Rodrigues dos Santos na sequência das acusações deste sobre alegadas ingerências do conselho de administração em matéria editorial.
A edição on-line do Expresso avançou que José Rodrigues dos Santos foi 'suspenso de funções e que será alvo de um processo disciplinar que visa o despedimento'. "


in ' TSF Online '



Disse-o ontem, repito-o hoje. Merda de país este, em que o Povo já pouco mais tem do que a liberdade de estar calado! Merda de país este, em que já nem o jornalista, quando incómodo, está a salvo da mordaça imposta pela máquina de propaganda socialista!

Fascista, melhor dizendo! À boa maneira da China onde, pelo que tem mostrado, o governo cor-de-rosa sempre foi aprender qualquer coisa. O que não devia, talvez!

Merda de país este!...


09 outubro, 2007

Regresso ao Passado

"O Sindicato de Professores da Região Centro considera 'intimidatória' a visita de agentes da PSP a pedir informações sobre os protestos a realizar, terça-feira, na visita do primeiro-ministro à Covilhã. O ministro da Administração Interna já anunciou que pediu um processo de averiguações a esta situação.

José Sócrates é esperado às 15:00 na Escola Secundária Frei Heitor Pinto, onde estudou, numa acção organizada no âmbito da iniciativa 'Regresso à Escola', da responsabilidade da Comissão Europeia."


in ' TSF Online '



Tal como no tempo da ditadura, de novo a Polícia, à boa maneira da antiga PIDE, entra sem licença, ameaça, vasculha e pilha o que entende. Tudo a bem da Nação, na suposta defesa da imagem e do 'bom' nome do senhor primeiro-ministro. Teima este em ignorar que os tempos mudaram. E em não querer ouvir, porque parece que lhe custa, quem o critica!

Esquecendo que só porque os tempos mudaram, é que autênticos bandos de incompetentes, aldrabões e vigaristas, como ele [não] demonstrou na questão da sua licenciatura em Engenharia, conseguem chegar ao Poder. Coisa que antes, Salazar, com todos os seus defeitos, dele e do regime, não deixava.

Voltámos de novo à mordaça, nesta merda de país em que o Povo já pouco mais tem do que a liberdade... de estar calado! E, pelos vistos, confunde-se 'Regresso à Escola' com 'Regresso ao Passado'! Por enquanto...


02 outubro, 2007

Ajudem-me!



Ai, valha-me Deus! Que por mais voltas que lhe dê, não consigo entender nada disto! Por favor alguém, nem que seja [não me admirava nada que fosse dele a obra] o Zé Sócrates no seu Inglês Técnico, alguém me explique esta... 'engenheiria'!...

28 setembro, 2007

Conselhos

"Entre os trabalhadores da União Europeia os portugueses são dos que estão mais descontentes com o ordenado que recebem. Um inquérito europeu sobre condições de trabalho, mostra que 72 por cento dos portugueses acham que ganham mal.

O director da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Trabalho dá um conselho ao Governo português: "Aumentem os ordenados. Para que as pessoas se sintam felizes e aumentem a produtividade, os ordenados têm de ser aumentados".


in ' TSF Online '



Claro que o Zé Sócrates vai dizer que isto é uma grande mentira, e que o inquérito até nem merece credibilidade por não ter sido 'sujeito, dentro do prazo previsto por lei, a um controlo por um juiz de direito', tal e qual como no caso das escutas telefónicas relacionadas com o seu mal explicado diploma de engenheiro!...

Deixasse-se ele de merdas e fosse dando ouvidos aos conselhos que lhe dão...


27 setembro, 2007

Bida de Probe

"Tiu Zé Mielgo rapou-las buonas, mas nun fúran oureilhas de cochino! Bida de probe, so anda palantre quando un antropeça!

Houbo un anho, pul fin de berano, cun las jeiricas de la cortiça que le habien sobrado a calcéren-le ls bolsos, arresolbiu-se a ir a la feira de Palaçuolo, a mercar uas cholas, que l filho de sou pai tamien habie de ser home de strenar uas cholas, pa andar çcalço bien chegában ls anhos malos!

Ah rapazes! Mirai an la feira i cun dues crouas ne l bolso! Metiu posta an la tie de Malhadas i todo, quartilho cun este, quartilho cun aquel, pul zmontar de la feira tiu Zé Mielgo tenie ua peleira dous palmos más grande do que el.

Mas yá tenie mercado las sues cholicas nuobas i inda meio quarteiron de sardinas, que tiu Zé Mielgo, podendo, nun le perdonaba a ua sardina bien assadica.

Cholicas nuobas al ombro, las sardinas, a la falta de melhor, ne l bolso de las calças, zbirou pa casa de cumpanha cun tiu Bergílio Xordo, bezino, i que le habie ajudado a la missa an las dues ou trés derradeiras capielhas.

Campantes, tiu Zé a cantar l fado, Bergílio quaije sin poder arrastrar la carroça que tenie, bai quando nó, tiu Zé antropeça e speta cun un pie ancontra un rebolo que se habie sbarrulhado de ua daqueilhas paredes. Mirou pa la unha de l dedo grande a sangrar i confessou-le al outro:

— Carai, ah Bergílio, buona jeira se tengo calçado las mies cholicas nuobas! Habie de tener quedado guapa!!

You nun bos dezie que yera bida de probe!"


Excerto do Conto 'Ls Oulhicos Tristes', por Alfredo Cameirão



Contava meu pai que em França, aldeia que foi dele e que agora se vê integrada à força no Parque Natural de Montesinho, havia um par de botas 'comunitário' que era proporcionado àquele que fosse escolhido para ir à feira de Bragança com a incumbência de fazer algumas compras para a vizinhança. Calcorreando caminhos, claro, que carros e estradas eram coisas de outros mundos!

Duravam anos a fio, que com medo de as estragar e ter de pagar do bolso o conserto, as botas viajavam sempre penduradas no pescoço, sendo calçadas apenas à entrada da cidade, e descalçadas logo à saída!

Outras vidas... De pobres renegados pelo tal Poder...


25 setembro, 2007

O Circo

Nenhuma das intercepções telefónicas feitas pela Polícia Judiciária, a partir do telemóvel de Luís Arouca, antigo reitor da Universidade Independente, em que são mantidas conversas com José Sócrates e com o ex-professor deste, António José Morais, foi transcrita para os autos do inquérito judicial feito à conclusão da licenciatura do primeiro-ministro, e arquivado em Julho pelo Ministério Público.

Uma juíza do Tribunal de Instrução Criminal [TIC] de Lisboa negou a sua validação e, consequentemente, ordenou a destruição das gravações, alegando que estas não haviam sido sujeitas, dentro do prazo previsto por lei, a um controlo por um juiz de direito.

O teor da maioria dos contactos, apurou o 'Público', são conversas entre José Sócrates e Luís Arouca sobre as respostas a dar ao 'Público', na sequência da investigação que este jornal estava a fazer; mas também entre Luís Arouca e António José Morais, que deu quatro das cinco cadeiras com que o primeiro-ministro concluiu o curso na Independente.

António José Morais pertencera ao gabinete de Armando Vara, quando este fez parte do Governo de António Guterres, e foi director-geral do Gabinete de Infra-estruturas e Equipamentos do MAI, já durante o actual Governo PS. Apesar de sempre ter negado ter uma relação pessoal com José Sócrates, este militante do PS trata o primeiro-ministro por "Zé".


in ' Público '



Mas que conveniente!... Para a Dona Marionet... perdão, Cândida, a zelosa juíza do TIC, pode desde já prever-se uma carreira fantástica no Circo em que está transformada a Justiça deste país. Enquanto o "Zé" esfrega [cândidamente] um olho!

Cambada de palhaços!...


19 setembro, 2007

Quase...

"Dois estudos que a Deco realizou em Fevereiro em 40 salas de 20 escolas de todo o país, e cujos resultados foram hoje divulgados, revelaram que quatro em cada cinco têm temperaturas baixas e excesso de humidade no ar. Os estudos concluem que muitas escolas portuguesas são frias, húmidas e com ar interior de má qualidade, os edifícios estão degradados e não têm ventilação adequada.

Os dois estudos da Deco, publicados nas revistas “Pro Teste” e “Teste Saúde”, revelam ainda que 80 por cento das amostras analisadas denunciam renovação insuficiente do ar e dois terços das salas acusaram valores de humidade superiores ao aconselhável, um problema que pode favorecer o desenvolvimento de fungos e bactérias."


in ' Público '



Assim se pode concluir que estaremos 'quase', lamentavelmente, como há quarenta anos atrás, no tempo da maldita ditadura!

Na Escola Primária que frequentei, no início dos anos 60, havia uma lareira ao fundo da sala de aula. Em quatro anos, talvez porque nunca a houvera experimentado, apenas uma vez a professora a acendeu. Num dia em que nos 'pediu' para todas levarmos um pouco de lenha de nossas casas. Num dia, o único em quatro anos, em que não foi um elemento meramente decorativo.

Ainda hoje me sabe bem aquele fogo. Porque nessa época, na Braganzónia, o Inverno e as nevadas eram de respeito. Mas, pelo menos, não chovia dentro da sala! E a Escola tinha recreio! Daí estarmos 'quase'...


18 setembro, 2007

Tão Pequeninos...

"O Comando da Brigada Fiscal negou qualquer atitude persecutória contra espanhóis que trabalham em Portugal na sequência das multas aplicadas a veículos com matrícula espanhola por esta brigada da GNR.

O presidente da Associação de Profissionais de Saúde Espanhóis em Portugal denunciou, esta segunda-feira, em declarações à TSF, as multas aplicadas por esta brigada da GNR, multas que considerou serem uma «perseguição e uma injustiça».

«É uma lei que acho que é discriminatória e injusta e que não sei se atenta contra o direito europeu e inclusivamente direitos fundamentais das pessoas de circularem livremente pelos países da União Europeia, bem como o conceito transfronteiriço, ou seja, morar num país e poder passar a fronteira para poder trabalhar», afirmou Xóan Gómez."


in ' TSF-Online '



Cambada de alorpados, que ainda não percebeu o significado de estar na Europa! E que ainda não se convenceu, daí este estúpido 'mostrar de serviço', qual canto do cisne, de que a BF vai mesmo ser extinta! Gostem ou não!

Pobres, burros, e tão 'pequeninos' que somos em tudo! Sempre quero ver se a polícia espanhola lhes segue o exemplo e começa a multar os milhares de portugueses das zonas raianas que usam diariamente o seu carro para ir trabalhar em Espanha!...


10 setembro, 2007

O Mistério

Para memória futura, e em face do inegável interesse histórico de vários documentos que nos dão conta das peripécias que antecederam a concessão da Bula "Imacculata Porcina", cuja data hoje se comemora na Braganzónia, e que a minha querida amiga e conterrânea 'MPS' conseguiu ter pachorra para traduzir do original em 'Brègancês', aqui se torna público um breve resumo dos acontecimentos mais relevantes aí relatados...

[Que alguns historiadores situam na época das questiúnculas havidas entre um tal Afonso Henriques e o papa Alexandre III. O que é uma redonda mentira, como todos sabemos! Até porque o mouro Cavaco, referido nos cronicões, só muito mais tarde haveria de ser parido nos Allgarves...]


As Histórias narradas nos cronicões achados na cisterna da Domus Municipalis e que a Porca da Vila cispou da mão larápia que se preparava para lhes dar sumiço contam-nos o processo da obtenção da bula que ora nos foi apresentada.

Diz-se, então, que há já muito tempo porfiava a rainha para que o papa lhe nomeasse bispos, ao que este se escusava e, ao contrário, enviava admoestações. Um dia, após mais uma peleja contra os mouros do Sul, a rainha deu de caras com Roberto Leal e perguntou-lhe:

— "Tu sabes rezar missa?"

— "Sei!"

— "Então meu bispo serás!"

A notícia deste feito chegou breve a Roma e o papa, envenenado pelas vozes dos inimigos da Braganzónia, enviou ao reino um bispo seu emissário, juntamente com um seu sobrinho, a fim de mostrar à rainha que devia submeter-se.

Quando o bispo e o sobrinho do papa chegaram a Quintanilha, disso foi dada notícia à rainha que foi dizendo:

— "Mulher não serei eu se lhe não cortar a mão que me estender para lha beijar!"

Tais palavras soube-as o bispo que se encheu de medo e já queria fugir, mas a rainha mandou que o buscassem, e também ao sobrinho do papa. Na torre de menagem do castelo da Braganzónia, a rainha mandou que todos saíssem e ficou-se a sós com o bispo que se mostrava possuído de grande temor. Aos poucos, a rainha foi-se despindo, deixando que o seu corpo nu mostrasse todos as cicatrizes das pelejas que travara contra a moirama. E ia dizendo enquanto apontava:

— "Estás a ver esta? Ganhei-a na guerra contra o mouro Cavaco para lhe arrancar o IP4!

E assim continuou por muito tempo, pois as marcas que tinha eram em grande quantidade. E terminou dizendo:

— "Depois de ceares e dormires partirás para contar ao senhor papa como eu sou boa cristã e que não há povo mais fiel do que o da Braganzónia!"

O bispo ceou e deitou-se, mas não dormiu. Ainda a noite não terminara, excomungou a terra e deu à sola, ele e o sobrinho do papa.

Assim que soube disto, a rainha ficou enraivecida e foi no encalço dos fugitivos. Foi achá-los em Rebordaínhos, acoitados atrás da Torre Queimada. A sua vontade era matá-los logo ali, mas a razão ditou-lhe outro procedimento e disse assim contra o bispo:

— "Tu, bispo, vais para Roma dar o meu recado ao papa. Diz-lhe, também, que guardo comigo o seu sobrinho. Ele que me mande a bula no prazo de quinze dias. Se o não fizer, cá darei sepultura ao rapaz!"


Tradução de ' MPS '

07 setembro, 2007

Manulico


Manulico unhia las bacas, fado de quaije to ls dies, an casa de senhor Anible. Eilhi criado zde garotico, a bien dezir yera agora el, rapaç de ls sous zasseis anhos, quien çpachaba l cerbiço de l casal más fuorte de l pobo. Senhor Anible, l’amo, yá quantá que habie angulhido un garfo i agora nun podie drobar la spina, cuitado. Pa mandar staba alhá el, pa l trabalho, Manulico.

Manulico i Dalfina, la criadica de senhora Oulália, que se habie criado an casa de senhor Anible al miesmo tiempo que Manulico, quaije cumo se fússen melgos. Mas Manulico nun miraba pa Dalfina cumo par’ua armana!

Manulico acabou de unhir las bacas i ancarou cun Dalfina, a stender la roupa lhabada an la yerba de la cortinha. Quedou-se einougado, a mirar pa ls ancantos de la mocica. Spertou-lo senhor Anible cun ua lhostra ne l cachaço.

— "Anton home, tu par’onde miras cun esses uolhos de cochino!? Mira que aqueilhas berças nun son pa ls tous dientes! Tu arrepara bien ne l que te digo! Neste casal solo hai trés bichos de cubriçon: ye l bui, ye l galho i sou you, tu nun oubes?!"

A la salida de la missa, senhor Anible antre ls maiorales de l pobo a treminar pa íren a caminos, arruma-se Manulico a eilhes:

— "Ah senhor miu amo, bós çculpai, mas la Cabanha saliu touronda i nun pára an la corte. L bui quedou a drumir ne l cerrado de Bal Trabiesso. Agora cumo fago?... Boto-le l galho ou benis bós?!"...


Excerto do Conto 'De ls Bichos de Cubriçon', por Alfredo Cameirão


'Cabanha' era uma das vacas, e 'touronda' quer dizer [se não adivinharam ainda] que estava com o cio. O resto é fácil...

05 setembro, 2007

Governo a Pilhas


"Em apenas um ano, Portugal subiu 41 lugares na classificação dos países com melhores práticas de governo electrónico. Na lista de 198 Estados, esta terça-feira divulgada pela Universidade de Brown, Portugal é o sétimo país do mundo e o segundo da Europa apenas atrás do Reino Unido."

in ' TSF-Online '


Que se lixem os salários miseráveis que nos pagam. Que se lixe o desemprego galopante que nos ameaça. Que se lixe o Povo obrigado a emigrar para o país dos outros. Que se lixem as Escolas que nos fecham todos os dias. Que se lixem os impostos absurdos que nos obrigam a pagar. Que se lixe a Saúde que tiram aos pobres para dar aos ricos. Que se lixe a Justiça que oprime os fracos e favorece os poderosos. Que se lixem os lucros exorbitantes dos 'compadres' de Bilderberg. Que se lixem as promessas que o Governo não cumpre. Que se lixem as OTA's e os TGV's. Que se lixe o imenso buraco que são as contas do Estado. Que se lixe a cada vez maior desigualdade entre classes sociais...

Eu gosto é de um país assim... De merda, mas entre os primeiros! Mesmo com um Governo a pilhas...


30 agosto, 2007

"Imacculata Porcina", Anno I


Corria o ano de 2006, e o mês era Agosto. Prestes a terminar. Enquanto grande parte do POVO deste país preguiçava ainda na areia quente das praias, completamente alheio ao que se passava para lá do espaço ocupado pela sua própria toalha, outros assistiam, atentamente, ao nascimento de um novo e [pouco] promissor território. A Braganzónia.

A Reserva de Índios do extremo mais remoto e esquecido do Nordeste Transmontano, que o Poder político deste país de merda escorraça propositadamente desde há séculos, proporcionando hoje ao turista de pé-descalço da Europa uma imagem pardacenta e degradante do 'Indígena Transmontano'. Ou do 'Parolo Lusitano'. Como se queira.

Atento, como costuma ser, o Cardeal 'Arrebenta' tratou, logo nos primeiros dias do mês seguinte, de interceder junto do Papa Benedito XVI para o rápido reconhecimento do novo Estado, fazendo publicar a Bula "Imacculata Porcina", sem o que a Braganzónia jamais seria aquilo que cada vez mais está destinada a ser. A região mais atrasada da Europa.

Coisa que, parecendo fácil, é apenas possível graças à força e à determinação das tribos indígenas que recusam, salvo raras e desonrosas excepções, fugir para Espanha à procura de uma vida digna e decente, como alternativa à luta primária pela simples sobrevivência que, na Reserva, têm tão certa como o destino.

Na passagem deste primeiro ano do 'Braganzónia', devo agradecer a todos [anónimos incluídos] os que por aqui passaram e por cá perderam o seu tempo a ler e a comentar as muitas asneiras que o teclado teima por vezes em escrever contra a minha vontade.

Para eles, o meu muito obrigada.

Para o 'Arrebenta', meu 'padrinho' destas andanças, um Xi muito especial.

Para as 'sinettes', e para as amigas e amigos mais próximos que aqui fui fazendo ao longo deste ano, que não enumero, porque são os autores dos Blogs 'linkados', e porque posso esquecer alguém,

Um Grande Xi da Porca


29 agosto, 2007

Oxalá


"Muitos portugueses, pequenos proprietários de pequenos negócios, ter-se--ão imaginado na pele do agricultor de Silves e gostariam certamente de ouvir outro tipo de discurso por parte do ministro da Administração Interna.

Os Estados fracos caracterizam-se por excesso de autoritarismo e escassez de autoridade: autoritarismo ou arrogância na retórica dos debates políticos, mas défice de autoridade na defesa da lei e dos cidadãos.

Um Governo investido de todos os poderes constitucionais e suportado por uma maioria absoluta tem todas as condições para assumir o exercício responsável da autoridade. Sem demagogia e sem concessões que minam a confiança das populações e das próprias forças policiais.

De outro modo, ficamos com um Estado valentão: enche o peito quando é fácil, assobia para o ar quando convém."




Faz lembrar a história do sapo. Pode ser que de tão inchado lhe aconteça o mesmo...

26 agosto, 2007

Humidade


Hoje, na Reserva [13:50], o Verão estava assim... um pouco húmido!

21 agosto, 2007

Porcaria de Verão


O Benfica despediu o treinador... A investigação do caso da miúda inglesa desaparecida no Algarve continua como no primeiro dia... O gajo que manda no Benfica não é capaz de entender o Nuno Gomes... O furacão 'Dean' continua a estragar as férias a uma data de veraneantes lusos... Ainda não foi desta que o Benfica foi parar às mãos do tal 'Joe'... Os incêndios já não são como antigamente... O Benfica já arranjou novo treinador... A Somague financiou de forma ilegal o PSD... O Benfica este ano vai ter uma equipa do caraças... O Zé Sócrates está de férias... Os tribunais também... Ah! E o novo treinador do Benfica é Espanhol!...

Isto é quase só o que os noticiários das TVs nos dão diariamente neste final de Agosto. Porcaria de TVs... Porcaria de jornalismo... Porcaria de Verão...


14 agosto, 2007

A Norte de Montesinho


"O poder de compra em Portugal é 20 por cento inferior ao registado no conjunto da média europeia a 15, enquanto os salários dos portugueses são 40 por cento inferiores aos da média comunitária. A conclusão é da OCDE."

in ' TSF-Online '


Parece que o remédio vai ser mesmo levantar o acampamento e mudá-lo para... meia dúzia de quilómetros para Norte de Montesinho! E assim deixar para trás, sem grandes saudades, este país de merda...

12 agosto, 2007

O Descapotável


O recente desaparecimento de Antonioni, mais do que qualquer outra coisa, trouxe-me à memória a influência que 'Blow-Up' teve na minha adolescência.


Andaria eu pelos quinze anos quando o filme passou em Portugal, e os objectivos da minha vida eram então coisa para pouca preocupação.


Com ele comecei a apurar o gosto musical e o sentido estético, e a gostar de Jazz e Fotografia, de Nikon e Hasselblad, de Herbie Hancock e Jimmy Smith, e do fantástico som do Hammond B-3. E claro, de Rolls-Royce descapotáveis.


E os objectivos começaram a definir-se rapidamente. Hoje, passados estes anos e com grande pena minha, há um que não consegui ainda concretizar. O descapotável...

04 agosto, 2007

Copiões!


"Las primeras ayudas a los afectados por los incendios de los últimos días en las Islas Canarias llegan hoy a los vecinos más perjudicados por las llamas.

Las ayudas aprobadas por el Gobierno central y el de Canarias comenzarán a llegar a los afectados entre hoy y el lunes. El Gobierno canario anunció ayer su decisión de asumir el coste del alquiler de las viviendas de los afectados que no puedan regresar a sus casas.

El Consejo de Ministros aprobó este viernes un Real-Decreto Ley que 'no establece ninguna limitación de créditos' para paliar los daños ocasionados por los incendios registrados en las islas."


in ' El Pais '


Mas... isto é rigorosamente o que cá se faz!...

Mania esta que os Espanhóis têm de copiar os Portugueses!...


02 agosto, 2007

L Tiu Zé Mielgo


"Tiu Zé Mielgo yera un home pequeinho i seco cumo un galho de carrasco. Ambaixo l chapeu siempre aparchacado, la cara zenhada a furmon i grabada a cinzel, más angurriada que las notas de binte malreis que sacaba de l bolso de las calças, anrebulhadas ne l lhenço, cumo benidas de l culo de ua pita.

Tiu Zé Mielgo nun le guardaba cabras a naide! Cumo nun le deixában tener parte an la partida de l chincalhon çocial i solo serbie pa cuntar ls tentos, an pagas tenie dreito a alguns zmandos. De lhéngua, que nin el tenie felpas pa zmandos doutra culidade. Yera, pintiparado, cumo l tonto de ls quelóquios: nun fazie parte de la quemédia, mas tamien andaba pulhi, i inda bie el más cun un uolho cerrado que ls outros cun ls dous bien abiertos!

Diç que quando einougurórun la letecidade houbo farra fuorte. Benezidura, çcursos de ls maiorales, foguetes, antremoços i bino a la ringalheira. Yá cun ls olhicos pequeinhos, tiu Zé Mielgo arruma-se als angorbatados i çpega-le al más pimpon sin abiso: 'Anton bós ye que sodes l Persidente de la Cámara?! Pus olhai que stais bien fraquito pa l’amportáncia que teneis! Stá la buossa tie más bien tratada!... Ten uns quartos!!'... i acrecentou un cachico mais baixo, a modos a que solo le oubíssen ls de l pobo 'i uas tetas… parécen dous barrenhones!!"


Excerto do Conto "Ls Barrenhones", por Alfredo Cameirão


Hoje, porque começaram as férias, e porque não me apetece puxar orelhas de políticos, fico-me por esta apresentação do tio Zé 'Mielgo', de quem havemos ainda de ouvir falar mais vezes. O conto pode [e deve] ser lido AQUI.

E quem não souber o que são 'barrenhones', faça o favor de visitar e consultar os 'blogs' Mirandeses que por aí estão, alguns deles 'linkados' aqui ao lado. Eles merecem!


31 julho, 2007

Bandalhos


"Projecto parado três anos devido a queixa apresentada por ambientalistas...

...reinício das obras na barragem de Odelouca, retomadas em Fevereiro depois de terem estado bloqueadas durante três anos, na sequência de uma queixa da Liga para a Protecção da Natureza [LPN].

As obras para a construção da barragem, situada entre Silves e Monchique e que deverá estar operacional em 2010, estiveram suspensas durante cerca de três anos, mas o processo foi desbloqueado no início do ano."


in ' Público '


Um atraso de três anos, nesta, como em qualquer obra de interesse público, equivale a prejuízos significativos e irrecuperáveis. Sociais e económicos. A suportar, como sempre, pelos contribuintes que somos [quase] todos nós!

Não seria tempo de o Estado começar a pensar seriamente em pôr esta gente a responder em Tribunal [e a pagar] pelos danos causados?

Serviria pelo menos de aviso à cambada pseudo-ambientalista que pulula neste país, que alorpada e gratuitamente vai encravando tudo o que é projecto estruturante e de interesse para as populações do interior.

Desde estradas a barragens, estes bandalhos estão sempre contra. Sistematicamente contra. Sem saberem muito bem, a maior parte das vezes, justificar a posição que tomam, e sem apresentarem nunca alternativas coerentes.

Cambada de inúteis!...


30 julho, 2007

Carreiras


"O Governo pretende fazer uma remodelação total ao sistema de vínculos, carreiras e remunerações da Função Pública, ao reduzir, já em Janeiro de 2008, para três as 1473 carreiras existentes na Administração Pública.

Esta proposta do Ministério das Finanças tem como principal objectivo facilitar a mobilidade, indo além da proposta avançada pela Comissão Técnica, que propunha a extinção de 75 carreiras."


in ' TSF Online '


Mil quatrocentas e setenta e três são, efectivamente carreiras a mais. Até setenta e três é capaz que sejam ainda demasiadas. E reduzi-las em número, impõe-se de há muito.

Mas passar para TRÊS, e de uma só 'penada'... é algo utópico, que gostava de ver conseguido! Não me parece, no entanto, que seja assim tão 'Simplex'...


25 julho, 2007

Rádio Liberdade


Escreve Manuel Alegre, em artigo publicado no 'Público', que no Partido Socialista sempre existiu crítica e contestação, e gente sem medo de 'dizer o que pensa'. Ao contrário do que agora se passa, por haver dentro do partido 'medo de pensar pela própria cabeça' e 'medo de discordar'.

Considerando estar criado um 'clima' favorável ao aparecimento de 'comportamentos com raízes profundas' em Portugal, 'desde os esbirros do Santo Ofício' aos 'bufos da PIDE', aponta o dedo aos desgovernos do Governo. Da 'progressiva destruição' do Serviço Nacional de Saúde à privatização planeada para 'sectores estratégicos como a electricidade, a água e o ensino superior'.

Este é o Manuel Alegre que nos anos sessenta defendia a liberdade numa rádio proibida com o mesmo nome. Que naquela época tinha de ser escutada com o 'transistor' bem encostado à orelha, não fosse andar por ali a rondar-nos a porta de casa algum esbirro da PIDE.

Manuel Alegre, no Portugal de Abril, arrisca-se a ser escorraçado do Partido Socialista. Por pensar. Por discordar. Por não lamber o cú ao chefe. E a ter que voltar de novo a Argel, e retomar as emissões clandestinas da 'Rádio Liberdade'...


24 julho, 2007

Rectificação


Afinal havia outro... 'Boneco', claro! Os responsáveis da revista já corrigiram o erro, publicando a ilustração correcta.

Agora estou a pensar como seria a reacção do Zé Sócrates a um 'baile' destes...


23 julho, 2007

O Acordo de Ourense

["Já reparaste? Se ficares prenha...
...isto vai ser o mais parecido com trabalhar que fiz na vida!"]



"El fiscal general del Estado, Cándido Conde-Pumpido, ha aprobado el secuestro del último número de la revista satírica 'El Jueves', ordenado por el magistrado de la Audiencia Nacional Juan del Olmo, una 'grosería innecesaria' por lo que 'el juez debe poner un límite'.

'Cualquier observador imparcial verá que la portada es infamente e injuriante y los afectados tienen el derecho fundamental al respeto por su dignidad y honor'.

El fiscal general del Estado ha hecho estas declaraciones en Ourense, donde se encuentra con el ministro de Justicia, Mariano Fernández Bermejo, y sus homólogos portugueses para firmar un acuerdo de cooperación entre ambos países para luchar contra el terrorismo.

Además del secuestro, el fiscal Miguel Ángel Carballo solicitó el viernes al juez del Olmo que adopte las medidas oportunas para cerrar la página en Internet de 'El Jueves' tras constatar que en ella se sigue difundiendo la caricatura de los Príncipes de Asturias.

La portada de la revista muestra una viñeta satírica en la que aparecen representados sendas caricaturas del príncipe de Asturias, en una postura sexual explícita. La viñeta hace referencia a la ayuda de 2.500 euros a la maternidad anunciados por el Gobierno."


in ' El Mundo '



Na sequência do sucedido com o 'Portugal Profundo', fico cá a pensar se não haverá 'serviço' combinado entre os governos [PS] da península... e se o tal 'Acordo de Ourense' tratará apenas do combate ao terrorismo...

20 julho, 2007

Zero vezes Dois...


"O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje, no Parlamento durante o debate da nação, um programa de apoio às famílias mais carenciadas e à natalidade, que se irá traduzir no aumento do abono de família para as crianças e na criação de uma nova prestação de apoio à gravidez.
'Com esta prestação apoiaremos mais de 90 mil famílias e o valor do abono dependerá dos rendimentos. Mas para cerca de 32 mil famílias isto significará um novo apoio de 130 euros', sustentou.
O Governo vai por isso duplicar o abono de família, neste período de vida das crianças, para segundos filhos e vamos triplicá-los para os terceiros filhos e seguintes. Trata-se de envolver mais de 90 mil crianças e respectivas famílias num apoio social muito mais efectivo, durante um período em que isso é particularmente necessário'..."


in ' Público '


Deixa-te de merdas, Zé... que já não enganas ninguém! ZERO, a multiplicar por aquilo que tu quiseres, por muito ou pouco Engenheiro que sejas, há-de ser sempre igual a ZERO!

Tenda da Música

Retratos

Gatafunhos

Sinais de Fumo






Boas Causas

Utensílios

Tambores